Roberto Martínez quer deixar a seleção portuguesa imediatamente por motivos de

Defendi a contratação de Roberto Martínez, mais do que tardio substituto de Fernando Santos, contra duas ideias que ganhavam forma: a do fracasso à frente da 3.ª classificada do Mundial de 2018, a geração de ouro belga que uniu um país dividido para lá das quatro linhas; e a alegada existência de uma casta de portugueses de qualidade superior, máscara em alguns casos para triste xenofobia.
Em teoria, o espanhol encaixava na nova filosofia procurada na Cidade do Futebol, a querer explorar a crescente massa crítica, a chegar em fornadas sucessivas aos clubes e a bater à porta do selecionador. O mesmo não se passava com os congéneres portugueses, entre eles Mourinho, num namoro projetado pelo eterno desejo de juntar os melhores atletas ao treinador mais bem sucedido e que andará sempre no nosso inconsciente coletivo, mesmo que o Special One esteja hoje mais próximo de Fernando Santos do que de Martínez na abordagem.
Alertei que Martínez trazia um senão. Era homem de consensos e não de roturas, o que poderia não servir os interesses da Seleção (embora cumprisse os federativos). Tal como tinha acontecido com os veteranos da Bélgica, o treinador quis agradar a todos: foi assim com a cega manutenção de Ronaldo ou a resistência a jogadores fora do núcleo duro. Trazia ainda de Bruxelas outra dúvida: nem sempre o ataque posicional funcionara.