Sporting derrota Benfica em casa e segue em frente na Taça de Portugal

O regresso da Taça de Portugal chegou com um duelo de encher a barriga. Quis o destino que, nos oitavos de final da prova, Sporting e Benfica se encontrassem no Pavilhão João Rocha, em mais um sempre escaldante dérbi de Lisboa. Por tudo o que tem acontecido na temporada, os leões entravam em campo com o favoritismo do seu lado, apesar de não contarem com Kiko Costa por lesão. Por outro lado, as águias chegavam a este encontro em boa fora, mas com uma ausência de última hora: a EHF obrigou os encarnados a terminarem o empréstimo e a devolverem o guarda-redes Kristóf Palasics ao Veszprém, numa decisão polémica. Para além disso, o Benfica chegava a este encontro moralizado, já que tinha batido o Sporting na última partida entre ambos.
“É óbvio que são dois candidatos a vencer a Taça de Portugal, mas nós temos a responsabilidade de defender as últimas três conquistas. Por isso, está do nosso lado continuarmos em frente. O Benfica fez-nos aquilo que praticamente nenhuma equipa conseguiu este ano: marcar-nos 38 golos e ganhar-nos por quatro. A exceção foi o Dinamo Bucareste, fora de nossa casa. Por isso, sabemos aquilo de que são capazes no 7 contra 6, no 7 contra 5 e em cada nuance do jogo. O 7 contra 6 é uma arma que executam bem e que lhes permitiu ultrapassar-nos na segunda parte desse jogo. Temos de retificar, mas tenho a máxima confiança nos atletas disponíveis”, assumiu Ricardo Costa.
“São jogos especiais, mas não tivemos sorte no sorteio. É um adversário difícil e vamos jogar fora de casa. É um jogo especial, a eliminar. É um jogo decisivo e especial nesta competição. Temos de lutar pela vitória e queremos fazer as coisas bem. Já conseguimos vencer uma vez o Sporting esta época e temos de tentar fazer o mesmo agora. Há sempre coisas que podemos mudar, embora cada vez menos. Quando começamos a temporada há mais margem para surpresas, agora há cada vez menos. No entanto, acho que nos conhecemos muito bem e vai ser uma questão de quem estiver melhor no estilo de jogo”, retorquiu Jota González.
Como seria de esperar, o dérbi começou equilibrado mas, pouco depois dos seis minutos, o Benfica alcançou uma importante vantagem de dois golos (2-4), que chegou a ser de três, depois de Ander Izquierdo ter marcado (3-6). Ainda assim, o Sporting começou a crescer na partida e, aos 13 minutos, empatou o jogo por Edy Silva, passando para a frente depois de uma defesa de Ali (9-8). Os leões estavam completamente por cima, conseguiram um parcial de 5-0 e nem a reação de Stiven Valencia permitiu aos encarnados aproximarem-se (11-9). Na reta final da primeira metade, o Sporting continuou melhor na defesa e, depois de Ricardo Costa parar o jogo, marcou dois golos em 7×6, fixando o resultado em 21-17.
Na etapa complementar, Martim Costa marcou logo nos primeiros segundos e, numa fase em que Ole Rahmel foi excluído, os leões chegaram aos cinco golos de avanço (26-21). O jogo entrou numa toada quezilenta, com exclusões e empurrões de parte a parte, e o Benfica aproveitou para se aproximar, reduzindo a desvantagem para os dois golos a 19 minutos do fim (26-24). Gassama restabeleceu a vantagem de três golos, as águias ainda tentaram reentrar no jogo nos últimos minutos, mas o leão voltou a mostrar-se superior e venceu por 41-36, seguindo para os quartos de final da Taça de Portugal, prova que procura conquistar pela quarta época seguida.