Um castigo, três emojis do Cruz Azul e as seis frases de Sérgio: a noite de pesadelo no Dragão acabou com regresso (não marcado) a estágio

Muitas vezes, uma imagem, três emojis ou algumas frases citadas dizem bem mais do que se possa pensar. Tudo isso aconteceu no último clássico da temporada: a imagem, como não poderia deixar de ser, é a de uma autêntica debandada nas bancadas depois de Vangelis ter completado o hat-trick a mais de 20 minutos do final da partida; os emojis chegaram através da rede X, com o Cruz Azul, antiga equipa de Martín Anselmi, a mostrar-se particularmente atento ao que se passava em Portugal com bolas vermelhas e brancas e mais uma chama em alusão à goleada dos encarnados; as frases, essas, chegaram através de uma enigmática foto deixada por Sérgio Conceição a citar Pedro Chagas Freitas poucos minutos depois do clássico, altura em que “sobrou” uma outra imagem: ao contrário do habitual, os jogadores voltaram a estágio.
“Tenho medo das pessoas perfeitas. Dos que têm sempre a resposta certa, a postura correta e o sorriso calibrado para parecer natural. A perfeição, vista de perto, cheira a embuste. Prefiro os amassados, os partidos, os que sabem que a vida é uma sequência de quedas. As pessoas perfeitas assustam-se porque não existem. Se existem, estão a mentir”, refere o texto colocado pelo antigo técnico do FC Porto, agora no AC Milan, sem que existisse uma referência concreta em relação a quem estaria a dirigir-se.
Quando procurava um balão de oxigénio que mantivesse em aberto uma ponta final de época que não fosse cingida à luta pelo último lugar do pódio com o Sp. Braga, o FC Porto mostrou a sua pior versão – e todos os registos históricos conseguidos pelo Benfica mostram bem o peso do desaire no clássico desta noite. Contas feitas, e nos últimos 55 anos, os azuis e brancos tiveram a quinta temporada sem qualquer vitória em clássicos, algo que tinha acontecido apenas por duas vezes com Pinto da Costa na liderança (1982/83, época de estreia na presidência, e 2020/21) e outras tantas com Pinto de Magalhães (1969/70 e 1971/72). Ato contínuo, o jornal Record avançou com a informação de que, ao contrário do que era previsto, toda a equipa seguiu de novo para estágio para dissecar a partida com os encarnados. Já André Villas-Boas, presidente do FC Porto, esteve no balneário ao intervalo e no final numa noite para esquecer no reino dos dragões.
“O golo logo a abrir acabou por mudar tudo o que tínhamos preparado. Acho que, com bola, temos vindo a melhorar imenso, mas faltou sem bola. Contra equipas que têm qualidade temos que saber fazer melhor, assumir os erros e trabalhar. A única coisa que podemos fazer neste momento é ficar calados e tentar fazer melhor. Na segunda parte, mais uma vez não conseguimos entrar no jogo e ter a bola como na primeira parte. Jogámos mais com o coração e falhámos mais. É assumir as culpas, as responsabilidades e continuar a trabalhar”, começou por referir Diogo Costa, capitão portista que falou na flash da SportTV.
“Oito golos sofridos em dois jogos com o Benfica? É muito difícil, como todos sabem isto, internamente é difícil perder os jogos. Mas é o que é, é a vida, temos de pedir desculpa aos adeptos que, desde a nossa saída para estágio, para o Solverde, trouxeram-nos uma energia muito boa até ao final do jogo. Peço desculpa por hoje. Luta pelo título? Claramente, fica difícil mas aqui sempre me ensinaram a acreditar até ao fim. É acreditar, calar e continuar a trabalhar. É assumir as culpas e estar em silêncio”, acrescentou.